Alma de Galpón

Andressa Luçardo Bueno

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

"Teu Canto é Mais Que Um Canto..."

(Singela e pequena homenagem à Lisandro Amaral)

Teu canto é mais que um canto, letra, melodia e arranjo... Bem mais do que canção, quando escutado com alma, coração e silêncio, torna-se essencial para seus ouvintes, estes que com o tempo acabam percebendo o quanto ouvi-lo é necessário, faz bem e agrada a alma.
A pureza e humildade que conseguimos constatar no seu trabalho são incríveis, emociona, encanta, cria seguidores...
Tornaste-te mais do que um compositor renomado e reconhecido pelo seu belíssimo trabalho, estas hoje sucedendo aqueles grandes, poucos e inesquecíveis nomes que um dia já fizeram o que fazes, já emocionaram e seguem emocionando; e acredite teu canto também se tornará imortal e pra sempre emocionará.
Teu Canto Ancestral, Á Moda Antiga ou de qualquer outra forma torna-se Querência e Caminho e nos mostra muitas Razões de Ser.
A ti Lisandro Amaral, deixo estas simples, porém, honestas e sinceras palavras que brotam em minha alma e florescem em meu coração. Tua arte acalma meus anseios e me faz muito bem, Muchas Gracias!
Com zelo, admiração e respeito,
Andressa Luçardo Bueno.
Piratini, lua nova, 30 de Setembro de 2011.


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

“O que passou, passou, mas o que passou luzindo, resplandecerá para sempre.”

Buenos Dias! E que baita dia na 1ª Capital, nada melhor depois de um dia mal costeado, e bruto de ontem, não digo isso pela condição climática, e sim, por me encontrar em uma situação por demais de desagradável. Situação essa que não tinha motivos pra ser formada, mas, como tudo na vida, passou.
E de novo, venho falar em amizade, amigos... Pois no último mês postei um texto que se intitula “Se Um Dos Meus Bota um Pealo Pode Deixar Que Eu Aperto”, pois comigo é bem assim mesmo, pessoas quais eu tirar pra AMIGO com elas vou até o fim. Independente do que tenha acontecido, acontece ou venha acontecer. AMIGO pra mim é mais que irmão, AMIZADE é maior que um laço sanguíneo, é maior que a razão, é amor incondicional, confiança, confidência, cumplicidade, é uma virtude de poucos, muitos nem sabem que isso existe.
Nesse laço, não existe certo ou errado, pois quando somos amigos não estamos ali pra julgar o outro. Tudo bem que nem sempre tudo será “flores”, tem dias que nos deparamos com alguns “espinhos”, mas o melhor que se tem a fazer é dialogar e resolver tudo como irmãos de vida que são. Pode ser que um dia deixemos de nos falar... Mas, enquanto houver amizade, faremos as pazes de novo, afinal nossa amizade sempre vencerá.
Sempre temos uma pessoa entre todos os amigos na qual confiamos mais, e contamos com ela pra tudo e todo. É tão ruim quando essa pessoa não quer te ouvir e coloca motivos bestas pra justificar isso... Pois essa pessoa como todas as outras é única, insubstituível, não tem como deixá-la de lado, não há como esquecê-la. E coisas pequenas, desentendimentos pequenos, que parecem ser insignificantes, tornam-se enormes quando tratados com essa pessoa.
Mas coisas como essa são passageiras e depois do acontecido tornam-se insignificantes, mas não inesquecíveis! Pelo menos pra mim...

Pode ser que um dia deixemos de nos falar... 
Mas, enquanto houver amizade, 
Faremos as pazes de novo. 

Pode ser que um dia o tempo passe... 
Mas, se a amizade permanecer, 
Um de outro se há-de lembrar. 

Pode ser que um dia nos afastemos... 
Mas, se formos amigos de verdade, 
A amizade nos reaproximará. 

Pode ser que um dia não mais existamos... 
Mas, se ainda sobrar amizade, 
Nasceremos de novo, um para o outro. 

Pode ser que um dia tudo acabe... 
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente, 
Cada vez de forma diferente. 
Sendo único e inesquecível cada momento 
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre. 

Há duas formas para viver a sua vida: 
Uma é acreditar que não existe milagre. 
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.

Albert Einstein

domingo, 25 de setembro de 2011

"O Que Realmente me Importa"

Noite linda de primavera aqui na 1ª Capital, Muy Leal y Patriótica Piratini. Meu dia foi de luxo hoje, no lombo da picaça peguei o rumo do Curral de Pedras e pra me fazer costado vieram meus companheiros de vida e lida, Dom Amaral muy bien montado numa baia cabus'negros e da minha irmãzita Luciane Cardoso escramuçando a lobuna "véia". 
Em meio ao caminho muitas coisas se fizeram presentes, desde o causo mais gaúcho e pataqueiro, até a mais triste cena da vaca que deitou-se para trazer mais uma vida e acabou entregando a sua própria, sem mais foças nem consigo mesma. Enquanto muchas cenas de campo vieram nos regalando os olhos em nosso pequeno percurso de 2o e poucos quilômetros, o sol que ainda na saída era alto, ao chegarmos já estava despedindo-se e se escondendo entre um cerro e outro. 
Recepcionados por mais uns dos nossos que já se encontravam por aqui, chegamos ao nosso destino, a propriedade da Dona Lizete Frizzo. Nessa chegada eu, particularmente, me senti muy feliz, em uma condição bem mais elevada do que essa que me encontro; explicando-lhes melhor, me parecia estar naquele tempo em que gostaria de ter nascido, outros tempos, tempos dos bisavôs, das "casa véia"...
Agora estamos todos aqui na beira de um fogo de chão que encontra-se em frente ao galpão grande, limpando a goela nuns tragos de "água benta" e contando uns causos pra lá de campeiros e outros daqueles que deixa uns dos companheiros "cagados", isto, para muitos, é por demais de insignificante, ms para mim e para os meus é de tamanha importância, tão grande que me faz verter da alma inspiração para este relato.
Pois bem, "mirem" com a imaginação o que se assucede por aqui neste momento: lá num canto podemos ver Dom Torrescasana, Taifer e João Vitor charlando entre si, bem na beira das labaredas encontramos Srtª Juliane e Srtª Fernanda mirando as chamas que encandeiam a retinas, recostadas aqui do meu lado enxergo Luciane Cardoso e a moça Julia estiradas num pelego com umas prosas que até Deus desconfia, Humberto parece que mira tudo imaginando os retratos que suas lentes poderiam capturar, e o Dom Amaral como sempre sem paradeiro, atracado num machado lenha e lenha pro fogo. Pra os que imaginaram viram que a coisa por a cá  tá bem à moda antiga. 
Bueno, com permisso me despeço e digo-lhes, que tudo isso me faz um bem indistinguível, minha ment vagueia e enxergo muito além do real, parecendo que os ancestrais aqui se fazem presente. Sou grata, muitíssimo grata por este estado de  espírito em que me encontro.

Já descobri na guitarra

Razões de ser e estar
E percebi de onde vim
Pra onde devo voltar
E que a saudade é um poema
Querendo apenas chorar

Talvez o rancho no povo

Que abriga alma e saudade
Seja um amigo que chora
Velando a minha vontade
De ouvir um grito charrua
Vencendo tempo e cidade

Nas orações de a cavalo

Encontro um pouco de mim
E me aproximo do tempo
Antes de lança e clarim
E peço a Deus guitarreando
Que o campo reze por mim

Ah! se não fosse a guitarra

Razões de ser e estar
Não saberia onde vim
Pra onde devo voltar
Nem que a saudade é um poema
Querendo apenas chorar.


5ª dia de Lua Minguante, Primavera de 2011.


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Uma Prece a Cultura

“Província de São Pedro, República Rio-Grandense, Rio Grande do Sul, assim como preferirem, esse pedaço do mundo onde suas tradições e cultura não são apenas história, é dia-a-dia, é cotidiano, um lugar onde o passado é confundido com o presente, nossa tradição é nossa, sem nenhum um incentivo de outras culturas. Aquilo que é contado nos livros ainda é vivido por muitos e seguirá assim. O contexto cultural gaúcho é diverso, a música, a dança, os costumes, a culinária coisas que não estão só para definir o que um dia foi, são coisas que definem o que é e definirão o que será, pois vivemos cultura. “
Uma das coisas que me encanta por demais é a música nativista, aquela de raiz, e que nos dias de hoje se encontra muito desvalorizada e com pouquíssimo incentivo. Mas, graças a Deus ainda não fez com que isso, que é uma parte da cultura do meu povo, do nosso povo se termine. No momento em que ocorre uma grande festa em comemoração a Semana Farroupilha em todo o Estado e aqui na minha Piratini e tenho o prazer de prestigiar espetáculos maravilhosos merecedores de muitos aplausos, de pessoas que como eu, fazem sua parte para que a nossa cultura não se termine. E infelizmente, nesse meio também se vê, aqueles que somente estão ali por motivos de interesses financeiros pouco se importando com a questão cultural, e estes, ainda abrem a boca pra dizer que estão nesse meio simplesmente por amor “as tradições”. É... Revoltante de se ouvir isso mesmo!
Muitas vezes, quando a cultura gaúcha, é pronunciada na mídia como rádio, televisão, internet é vergonhoso, pois revoltosamente quando chamam alguém para representar nosso estado ao invés de chamarem alguém que saiba realmente o que está representando, chamam esses “gauchinhos de meia pataca” que se quer sabem o que é uma bombacha, nunca encilharam um cavalo, e não tomam nem um chimarrão por medo de queimar a goela!
O que seria da música nativista se não fosse os poucos festivais que ainda existem por aí, onde temos o imenso prazer de satisfazer os ouvidos, escutando algo de fundamento. Estes que passam por diversas dificuldades para que a próxima edição possa sair, tudo isso, por falta de incentivo, de colaboração, de compreensão, e por que não de conhecimento, sabedoria. Mas garanto que se for para organizar qualquer festa com qualquer “Tchê de Merda” pra isso tem incentivo, mas quando o assunto é cultura gaúcha de verdade, a coisa muda de rumo e tudo se torna mais difícil.
Creio que já esteja mais do que na hora de todos que pensam assim como eu não ficarem calados deixando nossa cultura e tudo que ainda temos de bom ir por água baixo. Hoje a internet nos proporciona muitas maneiras de manifesto, que podem contribuir para que saiamos vitoriosos e ilesos dessa nossa Revolução Cultural. O que não podemos é ficar parados e deixar que o pior aconteça.